quarta-feira, 15 de maio de 2013

A dor de uma perda



- Você está ficando tão antipática, Susan! – Disse Pedro. – Já não suporto mais certas atitudes suas.

- Às vezes não lhe entendo, Pedro. Você nunca me procura. Nunca me liga. Nunca diz: eu te amo. Não dá para entender você. Às vezes eu duvido de seu amor. Tudo o que eu faço é só para lhe agradar. Nada mais que isso – Disse ela.

- Então não tente me agradar mais. Tente me esquecer por uns instantes. – Disse Pedro. – Pelo ou menos um dia: Pare de me ligar.

Dizendo isso, Pedro desligou o telefone na cara de Susan.

O motivo da irritação de Pedro era as constantes ligações que a menina fazia a ele. Devem se incluir também os ciúmes que ela sentia. Às vezes até doentio. Mas, no entanto, Susan faria qualquer coisa por Pedro. Poderia até morrer por sua causa. Preocupava-se com ele incessantemente. Eis aí um ponto que chateava Pedro. 

Pedro, que sentia dúvidas se amava ou não Susan, saiu naquele dia para se descontrair, afinal estava de férias em seu trabalho. Foi a diversos lugares sozinho. Sentia-se livre para pensar.

Sentou-se em uma praça e por lá ficou por vários minutos. Ficou estranho. Parecia que lhe faltava alguma coisa.

Andou pela a praia e novamente sentiu aquele mesmo mal estar. Parecia que lhe faltava alguma coisa.
Do alto de um prédio, olhou tudo ao redor. Viu várias pessoas andando de um lado para o outro. 

Novamente sentiu aquela sensação de antes. Parecia que lhe faltava alguma coisa.

Foi a um bosque, lugar que sempre lhe acalmava a alma, porém novamente a sensação. Realmente ...lhe faltava alguma coisa.

Enfim Pedro foi até uma lanchonete comer algo. Pediu um lanche e escutava um noticiário. De repente leu uma mensagem na Tv: “paciente precisa urgentemente de sangue tipo... doadores, por favor, dirijam-se ao hospital...”

Pedro leu aquela notícia com desdém. Seu sangue era compatível ao que o paciente precisava, porém ignorou aquele pedido de ajuda.

Pedro saiu da lanchonete e novamente sentiu aquela sensação estranha. A sensação de um vazio por dentro. Aquilo estava lhe sufocando. Sua respiração estava para lhe abandonar. Meio atordoado, sentou-se em uma rocha, que ficava próximo a um bosque. Tentou respirar novamente e a respiração, enfim, lhe veio naturalmente. Viu vários casais passarem de um lado para o outro.

Pedro, enfim, olhou para o céu e viu em uma nuvem a face de uma mulher lhe sorrindo. Subitamente lembrou-se de Susan. Sim. Aquele mal estar que estava sentindo era á falta de sua amada. A falta de Susan. Pedro não sentia mais dúvidas. Ele realmente a amava. Fechou os olhos, comprou um lindo buquê de rosas e correu para a casa dela. 

Nunca Pedro sentiu tanta felicidade naquele dia. A felicidade de amar e de ser amado por uma pessoa que é mais que especial: uma pessoa escolhida por Deus para viver o resto de sua vida.

Chegando na casa de Susan, Pedro foi informado pela a secretária que a moça foi levado para o hospital. Esta não o informou por quê.

Pedro estava em choque com a notícia.

Correu ao hospital e logo encontrou os familiares de Susan todos abraçados e chorando. Pedro aproximou-se deles e com muitas lágrimas, lhe informaram que a moça havia sofrido um acidente de carro.
Susan havia morrido.

“A falta de sangue tirou a vida de nossa filha”, disse a mãe da moça, “infelizmente quando um doador apareceu, já era tarde demais. Ela já havia morrido”.

A dor que Pedro sentia novamente lhe voltou. Foi difícil superar a perda de Susan.

“E pensar que eu poderia ter lhe ajudado, meu amor”. Disse Pedro com os olhos cheios d´agua




Por Patrick Santos

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