sábado, 28 de setembro de 2013

O Meu Braço Direito




Lembro-me da gente naquela casa abandonada, em nossa infância. Foi lá que eu a conheci, tentando assusta-la. Brincávamos a tarde inteira em cima de uma árvore que se localizava do lado da casa. Ficávamos pendurados nela á tarde inteira e contávamos a nossa rotina do dia a dia. Riamos de tudo, logo percebemos que estávamos apaixonados. O nosso amor, no entanto, era um amor tão ingênuo, tão carinhoso um com o outro; o nosso amor foi assim por meses e meses, só troca de olhares afetuosos e dizeres de eu te amo.

Foi quando me enviaram para um internato e me afastaram do meu amor. Chorei noites e dias por falta dela. Sinto que ela sentia a minha falta também. Eu tinha certeza disso. Consegui fugir do internato num dia muito confuso por lá. Eu e mais dois amigos. Voltei para a cidadezinha para reencontrar o meu amor. Ela estava namorando um fino rapaz. Senti tudo desmoronar. Fui para a casa abandonada chorar pelo o meu amor perdido, e foi quando ela voltou para ficar perto de mim. Disse-me que estava morrendo de saudade e nos abraçamos fortemente por vários minutos. Ela me convidou para irmos até a antiga árvore para podemos relembrar a nossa infância.

E foi naquele final de tarde, quando o sol estava se ocultando, que eu escrevi o meu nome e o nome dela naquela árvore. O nosso nome estava dentro de um coração, e assim seria para sempre. E foi naquele mesmo dia, perfeito dia, que nos beijamos pela a primeira vez.

Infelizmente fui servir o exército, pois a guerra precisava de homens para lutar por seu país. Novamente me afastei dela; dessa vez por quase dez anos. Durante este tempo, não parei de escrever para ela. Tenho certeza que ela leu todas as minhas cartas. Parei de escrever quando fui atingindo por uma bomba que caíra do céu. Aquele desastre me fez perder meu braço. Agora eu já não tinha o meu braço direito, mas com certeza o meu amor seria. Quando voltei, o meu amor já estava compromissada. Casada com o mesmo rapaz fino. Eu a perdi. Para sempre. Talvez, ela havia desistido de mim desde o dia em que parei de lhe escrever. Pensou: “ele se foi”.

Mas eu não fui, meu amor. Eu ainda te amo. E muito. Só lhe parei de escrever porque perdi o meu braço direito.

Todos os dias eu visito aquela árvore, que foi o nosso cantinho predileto, e onde nos beijamos pela a primeira e ultima vez.

Você que está lendo este conto, deve estar se perguntando: “que final triste!”. Sim, para mim foi, mas para ela não, pois hoje ela tem lindos filhos e um bom marido que lhe preza muito. Eu, no entanto, estou inválido por perder meus dois braços direitos.

Autor Patrik Santos

UMA PROVA DE AMOR




Há muito tempo atrás, um casal de velhinhos, que não tinham filhos, moravam em uma casinha humilde de madeira, tinham uma vida muito tranquila, alegre, a qual ambos se amavam muito, eram felizes.
Até que um dia aconteceu um acidente com a senhora.
Ela estava trabalhando em sua casa quando começou a pegar fogo na cozinha e as chamas atingem todo o seu corpo.
O esposo acorda assustado com os gritos e vai a sua procura, quando a vê, coberta pelas chamas, imediatamente tenta ajuda-la e o fogo também atinge seus braços e mesmo em chamas consegue apagar o fogo.
Quando chegaram os bombeiros já não havia mais fogo apenas fumaça e parte da casa toda destruída.
Levaram rapidamente o casal para o hospital mais próximo, onde foram internados em estado grave.
Após algum tempo aquele senhor menos atingido pelo fogo saiu da UTI e foi ao encontro de sua amada.
Ainda em seu leito, a senhora toda queimada, pensava em não viver mais, pois estava toda deformada, as chamas queimaram todo o seu rosto. Chegando no quarto de sua senhora, logo ela foi falando:
- Tudo bem com você meu amor? Sim respondeu ele, pena que o fogo atingiu os meus olhos e eu não posso mais enxergar, mas fique tranquila amor, que a sua beleza esta gravada em meu coração para sempre.
Então, triste pelo esposo, disse-lhe:
- Deus, vendo tudo o que aconteceu a meu marido, tirou-lhe as vista para que não se presencie esta deformidade em que eu fiquei.
As chamas queimaram todo o meu rosto e estou parecendo um monstro.
Passando algum tempo recuperados, voltaram para casa onde ela fazia tudo para seu querido esposo e ele todos os dias dizia-lhes, como eu te amo!
E assim viveram 20 anos até que a No dia de seu enterro quando todos se despediam, então veio aquele senhor sem seus óculos escuros e com sua bengala nas mãos, chegou perto do caixão, beijando-o rosto e acariciando sua amada disse em um tom apaixonante:
- "Como você é linda meu amor eu te amo muito".
Ouvindo e vendo aquela cena, um amigo, que estava ao lado, perguntou se o que tinha acontecido era um milagre, e olhando nos olhos dele o velhinho apenas falou:
- "Nunca estive cego, apenas fingia, pois quando a vi toda queimada sabia que seria duro para ela continuar a viver”.
Foram vinte anos vivendo ambos muito felizes e apaixonados!!!

Autor Desconhecido

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Resposta




...E vem como eu mais adoro...me acordando na madrugada! E, despida da vaidade, te espero ansiosa subir. Você me encontra ao natural, agora penso que estamos chegando ao ideal nesse amor...sem horas marcadas... sem datas...porém sugere conversar...Conversar? Conversar!!  Conversar...O quê? O que já sabemos? Fico confusa. Me pega desprevenida. Queria somente te amar naquele momento, pois penso; as palavras já foram todas ditas...Sei que te deixo sem ação...você as queria, vindas de mim! Mas e o medo? O medo de não ouvir aquilo que tanto anseio, sonho e luto por ouvir? Sei que te amo sob qualquer ângulo, te enxergo em tudo...te sinto indefinidamente! Mas temo, pois penso que as palavras tenham que vir de você! Eu já as pronunciei!! Você as rejeitou...por não entender o AMOR...por não saber que força enorme ele tem em nossas vidas! Sem esse amor que sentimos um pelo outro, penso que já nada tem sentido, pois é com esse amor que estamos nos motivando, vivendo nossas mais íntimas dores. É esse amor profundo e verdadeiro que nos acalma a alma! Sim... é assim grande...como você não imaginava viver...e nem eu! Esse é o amor da cura...ele é instigante sim...Chego até a te dizer que não precisamos da tal conversa...ela tem sido feita... você é que não nota! Não nota porque ainda tenta se fragmentar em vários homens pra que eu te entenda...Mas não!! Não é preciso! O homem que eu passei a entender sob diversos e inúmeros ângulos hoje pra mim é um apenas...é o homem que veio para me amar e ser amado infinitamente...

De Solange Lamarca

Trecho e cena vividos por Regis e Solange

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O Seu Belo Canto




Todas as manhãs um casal de periquitos pousavam no galho de uma árvore, bem em frente a minha janela. Acordavam-me com aquele belo canto. O macho era que sempre cantava; a fêmea nunca. Só lhe ouvia. E eu também. Adorava lhe ouvir. Após o macho terminar seu canto, a fêmea coçava a sua cabeça com seu bico. Era uma linda cena da natureza. Certo dia, não vi o lindo periquito azul, só vi a sua namorada, triste e incrivelmente cantarolando.
- Veja mamãe – Disse eu – A fêmea está cantando. Mas onde está o seu namorado?
- Ele morreu, filho. Seu pai o viu morto após cortar a nossa grama.
Lagrimei, e perguntei chorando a minha mãe:
- Mãe, por que a namorada dele está cantando? Ela nunca cantava.
Minha mãe me olhou triste, e com seus olhos úmidos me respondeu:
- Ela canta de saudade. Canta para que um dia o seu amor volte, e lhe contagie novamente de canções.