- Você está ficando tão antipática, Susan! – Disse Pedro. – Já não suporto mais certas atitudes suas.
- Às vezes não lhe entendo, Pedro. Você nunca me procura. Nunca
me liga. Nunca diz: eu te amo. Não dá para entender você. Às vezes eu duvido de
seu amor. Tudo o que eu faço é só para lhe agradar. Nada mais que isso – Disse
ela.
- Então não tente me agradar mais. Tente me esquecer por uns
instantes. – Disse Pedro. – Pelo ou menos um dia: Pare de me ligar.
Dizendo isso, Pedro desligou o telefone na cara de Susan.
O motivo da irritação de Pedro era as constantes ligações
que a menina fazia a ele. Devem se incluir também os ciúmes que ela sentia. Às
vezes até doentio. Mas, no entanto, Susan faria qualquer coisa por Pedro. Poderia
até morrer por sua causa. Preocupava-se com ele incessantemente. Eis aí um
ponto que chateava Pedro.
Pedro, que sentia dúvidas se amava ou não Susan, saiu naquele
dia para se descontrair, afinal estava de férias em seu trabalho. Foi a diversos
lugares sozinho. Sentia-se livre para pensar.
Sentou-se em uma praça e por lá ficou por vários minutos. Ficou
estranho. Parecia que lhe faltava alguma coisa.
Andou pela a praia e novamente sentiu aquele mesmo mal
estar. Parecia que lhe faltava alguma coisa.
Do alto de um prédio, olhou tudo ao redor. Viu várias
pessoas andando de um lado para o outro.
Novamente sentiu aquela sensação de
antes. Parecia que lhe faltava alguma coisa.
Foi a um bosque, lugar que sempre lhe acalmava a alma, porém
novamente a sensação. Realmente ...lhe faltava alguma coisa.
Enfim Pedro foi até uma lanchonete comer algo. Pediu um
lanche e escutava um noticiário. De repente leu uma mensagem na Tv: “paciente
precisa urgentemente de sangue tipo... doadores, por favor, dirijam-se ao
hospital...”
Pedro leu aquela notícia com desdém. Seu sangue era compatível
ao que o paciente precisava, porém ignorou aquele pedido de ajuda.
Pedro saiu da lanchonete e novamente sentiu aquela sensação
estranha. A sensação de um vazio por dentro. Aquilo estava lhe sufocando. Sua respiração
estava para lhe abandonar. Meio atordoado, sentou-se em uma rocha, que ficava
próximo a um bosque. Tentou respirar novamente e a respiração, enfim, lhe veio
naturalmente. Viu vários casais passarem de um lado para o outro.
Pedro, enfim, olhou para o céu e viu em uma nuvem a face de
uma mulher lhe sorrindo. Subitamente lembrou-se de Susan. Sim. Aquele mal estar
que estava sentindo era á falta de sua amada. A falta de Susan. Pedro não sentia mais dúvidas. Ele realmente a
amava. Fechou os olhos, comprou um lindo buquê de rosas e correu para a casa
dela.
Nunca Pedro sentiu tanta felicidade naquele dia. A felicidade de amar e de
ser amado por uma pessoa que é mais que especial: uma pessoa escolhida por Deus
para viver o resto de sua vida.
Chegando na casa de Susan, Pedro foi informado pela a
secretária que a moça foi levado para o hospital. Esta não o informou por quê.
Pedro estava em choque com a notícia.
Correu ao hospital e logo encontrou os familiares de Susan
todos abraçados e chorando. Pedro aproximou-se deles e com muitas lágrimas, lhe
informaram que a moça havia sofrido um acidente de carro.
Susan havia morrido.
“A falta de sangue tirou
a vida de nossa filha”, disse a mãe da moça, “infelizmente quando um doador
apareceu, já era tarde demais. Ela já havia morrido”.
A dor que Pedro sentia novamente lhe voltou. Foi difícil
superar a perda de Susan.
“E pensar que eu poderia ter lhe ajudado, meu amor”. Disse Pedro com os olhos cheios d´agua
Por Patrick Santos