Lembro-me da gente naquela casa abandonada, em nossa
infância. Foi lá que eu a conheci, tentando assusta-la. Brincávamos a tarde inteira
em cima de uma árvore que se localizava do lado da casa. Ficávamos pendurados
nela á tarde inteira e contávamos a nossa rotina do dia a dia. Riamos de tudo,
logo percebemos que estávamos apaixonados. O nosso amor, no entanto, era um
amor tão ingênuo, tão carinhoso um com o outro; o nosso amor foi assim por meses
e meses, só troca de olhares afetuosos e dizeres de eu te amo.
Foi quando me enviaram para um internato e me afastaram do
meu amor. Chorei noites e dias por falta dela. Sinto que ela sentia a minha
falta também. Eu tinha certeza disso. Consegui fugir do internato num dia muito
confuso por lá. Eu e mais dois amigos. Voltei para a cidadezinha para
reencontrar o meu amor. Ela estava namorando um fino rapaz. Senti tudo
desmoronar. Fui para a casa abandonada chorar pelo o meu amor perdido, e foi
quando ela voltou para ficar perto de mim. Disse-me que estava morrendo de
saudade e nos abraçamos fortemente por vários minutos. Ela me convidou para
irmos até a antiga árvore para podemos relembrar a nossa infância.
E foi naquele final de tarde, quando o sol estava se
ocultando, que eu escrevi o meu nome e o nome dela naquela árvore. O nosso nome
estava dentro de um coração, e assim seria para sempre. E foi naquele mesmo
dia, perfeito dia, que nos beijamos pela a primeira vez.
Infelizmente fui servir o exército, pois a guerra precisava
de homens para lutar por seu país. Novamente me afastei dela; dessa vez por
quase dez anos. Durante este tempo, não parei de escrever para ela. Tenho
certeza que ela leu todas as minhas cartas. Parei de escrever quando fui
atingindo por uma bomba que caíra do céu. Aquele desastre me fez perder meu
braço. Agora eu já não tinha o meu braço direito, mas com certeza o meu amor
seria. Quando voltei, o meu amor já estava compromissada. Casada com o mesmo
rapaz fino. Eu a perdi. Para sempre. Talvez, ela havia desistido de mim desde o
dia em que parei de lhe escrever. Pensou: “ele se foi”.
Mas eu não fui, meu amor. Eu ainda te amo. E muito. Só lhe
parei de escrever porque perdi o meu braço direito.
Todos os dias eu visito aquela árvore, que foi o nosso
cantinho predileto, e onde nos beijamos pela a primeira e ultima vez.
Você que está lendo este conto, deve estar se perguntando:
“que final triste!”. Sim, para mim foi, mas para ela não, pois hoje ela tem
lindos filhos e um bom marido que lhe preza muito. Eu, no entanto, estou
inválido por perder meus dois braços direitos.
Autor Patrik Santos
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